Pesquisar este blog

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Para Michael, com amor

"Puta que pariu, ele morreu!". Que atire a primeira pedra quem nunca abriu um site de notícias, olhou a manchete e desabafou com a perda do ídolo querido. O New York Times lembrou desses leitores na morte do popstar Michael Jackson e deu a eles a chance de desabafar e mandar mensagens de apoio e paixão ao mestre do Moonwalking. O especial multimídia Michael Jackson’s Legacy: Readers React contém textos de fãs de Jackson, divididos por continentes.

O site do NYT tem um sistema publicador de conteúdo onde os usuários podem mandar comentários sobre o fato. Além dos dados pessoais, o internauta manda cidade e país onde está. Uma informação trivial, mas que se torna essencial quando se vê a capa do especial.


Abaixo de cada continente, o número de comentários feitos por usuários de lá. Ao clicar no continente, você navega pelos microtextos num ambiente em 3D.


Os leitores se identificam com assuntos de interesse - principalmente quando falamos de ídolos. Além da estrutura do intermídia, com todos os recursos multimidiáticos possíveis na internet, a interatividade é essencial na produção ciberjornalística.

O leitor entristecido e apaixonado por Jacko encontrou seu espaço. Afinal, na memória do público, o "Rei" do Pop continua vivo.


Diego Cardoso e Bárbara Lino

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Flash journalism: a possibilidade do multimidialidade, interatividade e integração entre linguagens

Desde o começo, a internet mostrou possibilidades de criar-se um novo tipo de narrativa jornalística. Esse modelo incipiente, era baseado apenas em imagens e hiperlinks. Mas o que MCADAMS (2005) mostra em A new form of storytelling é a evolução proporcionada pelo software Flash.

O Flash é o único que possibilita a integração entre as mídias existentes: o vídeo, representando a linguagem televisiva; o texto e fotos do impresso; o áudio como linguagem própria do rádio, etc. A partir disso abrem-se duas vertentes possíveis. A justaposição, conceito mais simples e utilizado, baseado apenas na colocação de várias mídias diferentes sem integração entre si.

Por outro lado, há a integração propriamente dita, na qual se misturam essas mídias, adaptando-as para melhor se relacionarem umas com as outras. A integração transforma várias dessas linguagens em um único conteúdo, composto de várias formas.

A partir dessa integração, surge um novo discurso narrativo. Antes eram só dois: o conteúdo em si e a sua forma. Agora, segundo LIESTOL (1997), levando em conta a interatividade do usuário (através do clique do mouse), deve-se pensar em possibilidades diversas desse conteúdo ser lido. Um discurso não-linear, que toma forma na medida em que o leitor faz suas decisões de acessar o conteúdo.

O site NYT é um exemplo claro de desenvolvimento multimidiático e de integração entre diversas narrativas jornalísticas. Um estudo de caso feito a partir do site mostra três conceitos principais os quais ele aborda: a transformação de dados em informação visual, ou seja, há uma intensa preocupação na disposição do conteúdo e não só simplesmente na sua apresentação tradicional; a infografia como ferramenta de análise da realidade; e, por fim, a incorporação de ferramentas interativas que permitem a personalização do conteúdo pelo usuário.

--

Vídeo que mostra futuro possível da convergência e interação com o internauta:


Tomás Petersen, Erich Casagrande, Thiago Verney e Débora Puel de Oliveira

Integração ou justaposição?

Apesar de no jornalismo online existir a possibilidade de integrar diferentes mídias em um mesmo portal, de acordo com o texto “Narrativas webjornalísticas em multimídia: breve estudo da cobertura do NYTimes.com na morte de Michael Jackson”, de Raquel Longhi, o que acontece é a simples justaposição dessas linguagens.

O portal G1 é um exemplo de como essas mídias aparecem juntas, porém sem um rearranjo em suas linguagens. Não há um complemento das informações entre as mídias, além delas não serem pensadas para o meio online.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/04/com-barracas-e-panelas-sem-teto-ocupam-regiao-proxima-prefeitura.html

No exemplo acima, o texto que poderia ser um complemento do vídeo, ou vice-versa, é uma simples transcrição do mesmo. Da mesma forma, o vídeo é feito, originalmente, para a televisão e por isso não é pensado para cumprir uma das funções da web, que é integrar diferentes linguagens.

Os especiais multimídia são um exemplo de jornalismo online que exercem esse rearranjo de informações. O software utilizado é normalmente o Flash, que possibilita uma maior interação entre vídeo, texto, fotos e áudio.

No especial “Em la frontera del futuro”, do grupo Clarín, a integração das mídias pode ser vista na seção “Miradas”, em que clicando em cada personagem, inicia-se o vídeo com o depoimento de cada um.

Em relação a interatividade, a direção de comunicação do especial pode ser considerada de uma via, exceto pela possibilidade do leitor fazer comentários, na seção “Opine”. O especial pode ser acessado a qualquer momento e por isso existe flexibilidade de tempo. Quanto ao nível de controle, é o emissor quem define o conteúdo a ser disponibilizado, porém o receptor pode escolher quais informações terá acesso.

Todo o conteúdo do especial dá ao leitor uma perspectiva do que acontecerá em 25 anos. Assim, trata-se de um conteúdo informativo, sem colaboração do receptor.

Claudia Mebs, Rosielle Machado

O Flash na nova linguagem jornalística

O Flash contribuiu para o surgimento de uma nova linguagem, específica da web, constituída por uma combinação de linguagens de meios distintos, como a da televisão, do rádio e do meio impresso.Essa fusão permitiu a criação de uma nova forma de narrativa, inovadora no jornalismo digital. Os especiais multimídias são um exemplo dessa nova combinação de meios, reconfigurando e integrando as mídias tradicionais, criando um novo meio, a intermídia.


No início eram apenas links que ligavam uma página a outra e, consequentemente uma informação a outra. Com o Flash esta ligação foi aperfeiçoada e passou a ter acesso a um pacote de histórias, onde estão interligados áudio, vídeo, infográficos, imagens, etc, aprimorando o conteúdo. Um pacote multimídia funciona como uma peça única, disponibilizando todos os seus elementos (vídeos, mapas, galerias de fotos ou textos) em uma mesma interface. Em outros modelos na web, as informações são apenas justapostas, sem uma integração entres as linguagens, que fazem sentido separadamente.

Os especiais multimídias do Clarín são um bom exemplo desta nova forma de narrativa jornalística. Eles aliam um trabalho de apuração de qualidade com as possibilidades que o Flash e as novas tecnologias propiciam. O especial Narcoguerra mostra os conflitos entre traficantes no México com profundidade, sem que a instantaneidade do meio influencie na qualidade do conteúdo.

O especial Narcogguerra, de acordo com Downes e Mcmillan, segue as seis dimensões da interatividade, propondo uma direção da comunicação em duas vias, uma flexibilidade do tempo assincrônica, uma telepresença em lugares em que o usuário não está fisicamente, um nível de controle maior sobre o conteúdo pelo receptor e a possibilidade de customizar a navegação de acordo com suas necessidades.

Berenice dos Santos, Daniela Bidone e Claudia Xavier

Flash journalism - alternativa de interatividade e multimidialidade

O especial multimídia "Brasil petrolero - O país mais grande do mundo", criado pelo Clarín em 2008, é um exemplo de tendência do flash journalism. O material é constituído de vídeos, que foram gravados especialmente para este produto e não reaproveitados de outras mídias. A organização em Flash permite que todo o conteúdo seja acessado na tela do especial, favorecendo o acesso.
Partindo dos conceitos propostos no texto de Raquel Longhi, "Narrativas webjornalísticas em multimídia: breve estudo da cobertura do N.Y.Times.com na morte de Michael Jackson", de semiótica sincrética, superposição e justaposição, o especial do Clarín é um exemplo da integração harmônica entre elementos em vídeo e texto, dando origem a um produto final único. "Brasil Petrolero" é, a nosso ver, uma amostra da superposição a que remete Longhi.

Já sob o prisma das seis dimensões da interatividade para Mindy McAdams em "A new form of storytelling", é possível perceber que a direção da comunicação no especial é majoritariamente unilateral, controlada basicamente pelo emissor. Ao usuário, além da opção de traçar seu caminho de leitura, é reservado apenas a participação através do envio de mensagens eletrônicas, sem espaço para publicização das mesmas. Quanto à flexibilidade do tempo, o conteúdo é assincrônico, podendo ser visualizado a qualquer tempo, estando disponível mesmo agora, dois anos após sua postagem inicial. O especial não permite ao usuário customização do material publicado e tem como propósito informar a respeito do tema.

Texto: Diego Vieira, Jéssica Camargo

Justaposição, intergração e dimensões de interatividade no Clarín.com

Para analisar os conceitos de Justaposição e Integração, propostos por Ramón Salaverría, e citados no texto Narrativas webjornalísticas em multimídia: breve estudo da cobertura do NYT.com na morte de Michael Jackson, de Raquel Longhi, escolhemos o especial multimídia Ay Mexico lindo la narco guerra, do Clarín.com. O especial é dividido em três seções, uma com vídeos, outra com infográficos, e a última com uma galeria de fotos. Cada seção pode ser vista separadamente, porém todas elas foram criadas especialmente para a internet. Os infográficos são animados e trazem informação de maneira interessante, e é percebida a Integração entre vídeo, fotos e o áudio (música e narração do jornalista). Todas as páginas são acompanhadas por um som ambiente. Uma falha detectada foi a ausência de um slide show na apresentação das fotos da galeria, o que tornaria a navegação mais prática e envolvente.
Com o mesmo especial, analisamos as dimensões da interatividade propostas por Downes e McMillan:
Identificamos que a direção da comunicação é uma via única, parte somente do emissor para o receptor, sem espaço para participação ou resposta do deste. O nível de controle do internauta é caracterizado pela autonomia na escolha do conteúdo que deseja ver, ele pode traçar o caminho de navegação no especial, sendo possível passar de uma seção para outra a qualquer momento. O propósito perceptível da comunicação do especial é persuadir o internauta de que o narcotráfico no México é violento e traz grandes consequências para o país. A imagem da capa e a música ao fundo já mostram esta mensagem. O especial também é muito informativo por trazer muitos dados, inclusive sobre os tipos de drogas consumidas no país.

Nayara D'Alama e Suélen Ramos

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O hipertexto como linguagem jornalística

O webjornalismo se diferencia das outras plataformas, principalmente, por algumas característica que não se destacam nos outros meios. A hipertextualidade, a personalização, a multimidialidade, a atualização contínua e a interatividade são fatores que tornam esse meio tão peculiar.

O hipertexto, elemento estrutural que configura a informação na web, possibilita que o leitor tenha uma postura ativa perante o conteúdo disponível, ou seja, permite que ele possa eleger por onde navegar na rede e optar por diferentes maneiras de visualizar o conteúdo, seja por imagem, som, texto, infografia, vídeo. Essa forma de unir todas as linguagens jornalísticas em apenas um meio é o que denominamos de multimidialidade.
No entanto, a que predomina no webjornalismo ainda é a verbal escrita.

Outra característica marcante é a interatividade e personalização. O usuário tem uma influência forte na criação de conteúdo, pois ele pode emitir opinião de forma instantânea e determinar diferentes formas de arquitetura da informação. Além disso, no webjornalismo é possível direcionar o conteúdo para diferentes tipos de interesse do internauta, isso é o que os autores chamam de personalização.

Diante desse cenário de possibilidades, o jornalista precisa de um dinamismo e uma visão ampla para transmitir e informar de maneira eficaz um determinado assunto.

Thiago Verney; Diego Vieira; Débora Puel; Jéssica Camargo

Uma linguagem feita de palavras e imagens

Com base no texto Webnotícia - propuesta de modelo periodístico para la www, de João Canavillas, o jornalismo tem uma linguagem própria que se diferencia da literária e utiliza de técnicas e códigos específicos. Essa forma de produção textual é pensada para propicia aos leitores uma leitura mais rápida e facilitada das informações.
O webjornalista pode fazer uso de vários meios (textos, áudios, vídeos, infográficos, imagens, etc) para complementar a matéria e de hipertextos para aprofundar e contextualizar o texto. O profissional deve ter habilidade para pensar em como estruturar o conteúdo fazendo uso destas ferramentas e sem deixar o assunto redundante (um vídeo que seja acompanhado de sua transcrição, sem adição de novas informações). Também deve-se perceber e usar os elementos analógicos da linguagem jornalística como meios de informação, e não como mera embalagem. Embora o texto seja um dos elementos mais usados na internet, certos dados podem ser melhor informados através de um vídeo, uma foto ou um gráfico. Essa visão de uma linguagem jornalística além das palavras é melhor explicada por Nilson Lage no livro Linguagem Jornalística.


Nayara D`Alama, Rogério Moreira Júnior, Thayza Melzer

Imagem: Montagem sobre fotos de cobrasoft, arte_ram, guitargoa/stock.xchng

Linguagem jornalística no espaço digital

Assim como cada meio tem sua linguagem própria, na web também é preciso que a notícia esteja moldada a esse meio para que a transmissão da mensagem seja eficaz. A estrutura organizacional das informações veiculadas na web também é diferenciada, pois exige que o jornalista integre diferentes formas de passar a mensagem: texto aliado à imagens, vídeos e principalmente hipertextos.

É justamente o hipertexto que diferencia a produção jornalística para a web. Para trabalhar com este tipo de estrutura é necessário que o jornalista tenha consciência da hierarquização das informações para complementar o texto da página principal, de forma independente do mesmo.
O site G1, por exemplo, usa o hipertexto para direcionar o leitor para uma outra notícia do mesmo site, também atual, relacionada ao assunto da principal, porém totalmente independente.

Notícia principal:

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/04/eurocontrol-preve-que-70-dos-voos-na-europa-nao-poderao-decolar-hoje.html

Hipertexto relacionado:

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/04/metade-do-trafego-aereo-pode-voltar-ao-normal-nesta-segunda-diz-ue.html

A ferramenta também pode ser usada como um popup (o hipertexto é aberto em nova janela). No exemplo abaixo, a matéria principal é sobre as oligarquias na Colômbia e o leitor pode acessar uma entrevista sobre o assunto, através de um hipertexto.

Matéria principal:

http://cotidiano.ufsc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=564:qa-oligarquia-da-colombia-e-a-mais-violenta-que-eu-conhecoq-&catid=42:reportagem&Itemid=62


Hipertexto:

http://cotidiano.ufsc.br/images/popup/hernando.swf

A linguagem na web deve ser diferenciada e o texto mais curto, de forma que seja atrativo para o leitor. O hipertexto é excelente recurso para fragmentar o texto e possibilitar que o leitor seja ativo e escolha o que quer ler. Por ter uma leitura dinâmica, o webjornalismo possibilita a multimidialidade, através de vídeos, podcasts e slideshows.

Slideshow do site Uol, que utiliza o recurso para substituição do texto noticioso:

http://noticias.uol.com.br/album/100419_album.jhtm?abrefoto=10


Alunas: Claudia Mebs, Rosielle Machado e Suélen Ramos

O hipertexto como nova possibilidade

O autor expõe a linguagem jornalística na internet como uma “simbiose” das linguagens existentes nos demais meios (impresso, rádio e TV). Ou seja, no meio online tem-se a possibilidade de unir os três conceitos anteriores, originando o novo conceito de multimídia.

Isso impõe uma nova especialização ao profissional. O jornalista agora precisa convergir as habilidades dos três meios em um mesmo produto, adaptando as linguagens para melhor transmitir a mensagem. A eficiência dessa transmissão segue critérios que se relacionam com a própria mensagem em si, ou seja, o mesmo padrão de uma matéria não necessariamente será usando em outra. Por exemplo: há notícias em que determinadas fotos ilustram bem e fornecem a informação com eficácia, enquanto em outras matérias, infográficos são mais necessários.

Outro ponto dessa nova especialização é a possibilidade do hipertexto. Atribuir um link a determinada palavra ou informação, permite com que o jornalista desdobre o assunto noticioso em outras angulações que acrescentem informações complementares ou diferentes pontos de vista. Nesse aspecto as possibilidades de conexões são infinitas, porém devem ter critérios lógicos.
Erich Casagrande e Tomás Mayer

Características da linguagem jornalística na web

A linguagem jornalística tem como característica mais destacada a eficácia na transmissão de mensagens. Essa eficiência implica na adoção de códigos adequados aos diferentes meios de comunicação. O rádio, por exemplo, precisa ter a preocupação com a linguagem oral e com a ambientação por efeitos sonoros. Já a televisão, por usar imagens, deve cuidar para que o texto do repórter não seja redundante.

O jornalismo na web, mesmo que seja multimídia, também tem linguagem com características próprias. A hipertextualidade é a especificidade mais marcante do webjornalismo, que permite ao profissional aprofundar e ao usuário escolher quais informações deseja obter. Com isso, há uma personalização de conteúdo, possibilitando uma maior interatividade. Além disso, neste meio não existe mais o entendimento de deadline, já que é necessária uma atualização contínua.


Berenice dos Santos, Claudia Xavier e Daniela Bidone

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Uma nova forma de fazer jornalismo

Hoje em dia, com o advento das redes sociais, muito se fala em conceitos de interatividade e web 2.0, que amplia a participação do usuário, tornando-o protagonista das ferramentas da internet. Porém, no campo do jornalismo, antes disso (na década de 90) já surgiram experiências que hoje são conhecidas como jornalismo colaborativo: sites como o Slashdot.com, o Centro de Mídia Independente e o OhMyNews.com são os exemplos de maior destaque.

Nessa modalidade de jornalismo, o conteúdo produzido parte do usuário. Ou seja, muda não só o papel do profissional jornalista, mas como também a relação com o público. Antes o jornalista era produtor do conteúdo, quem selecionava o que deveria ou não ser noticiado e repercutido (gatekeeper) para e por uma massa de leitores e consumidores passivos (broadcasting). Agora, esses leitores possuem um papel mais ativo, proporcionado pela internet: todo o conteúdo autoral se origina do público, que decide os fatos que merecem ser repercutidos e a sua forma de difusão. Cabe ao jornalista, nesse caso, exercer a função de um organizador desse conteúdo (gatewatcher), que por partir do público, existe em quantidades infinitas. Isso cria uma relação mais íntima entre as duas partes, quebrando uma fronteira existente entre a redação e o público, e fazendo o jornalista descer do pedestal de “detentor do conhecimento”: o intercasting.

Mas essa nova configuração não pressupõe a não-existência do jornalismo tradicional, e nem exclui a existência de uma formação ética e técnica ao jornalista. O jornalismo colaborativo é apenas mais uma nova forma de se praticar a profissão.

Erich Casagrande, Thiago de Verney e Tomás Petersen

Jornalismo colaborativo, relevância da informação e papel do jornalista

Com o surgimento do jornalismo colaborativo, várias questões podem ser abordadas sobre a importância do jornalista profissional na produção e gerenciamento das notícias desses espaços. Uma delas é a filtragem de conteúdo, baseada na política editorial dos veículos de informação. Um ponto de discussão no texto Cartografia da informação no Webjornalismo é quanto à relevância dos conteúdos pautados pelos “jornalistas-cidadãos”. Em meio com tamanha pluralidade de opiniões como num site colaborativo é natural que surjam discussões sobre a segmentação das informações e a relevância das mesmas para a sociedade. Ironicamente, é nesse contexto onde todos podem contribuir, que o papel do jornalista se evidencia com mais força: o jornalista é um cartógrafo, que organiza o espaço, relaciona informações e cumpre seu papel de gerenciador de conteúdo.

Um exemplo da importância do jornalista na apuração e condução da informação é a tragédia que acontece no Rio de Janeiro. O profissional tem a possibilidade de cobrir melhor o que está acontecendo, pois tem a credencial que o permite ter acesso a fontes oficiais, como Defesa Civil e Bombeiros, além de ter estrutura organizacional e aparatos tecnológicos suficientes para uma cobertura mais completa e com unidade de informação.



Outro exemplo pode ser visto no vídeo do G1 acima. Sem um contexto, e informações mais completas, um amontoado de vídeos caseiros acaba não sendo muito útil. Pode até mesmo emocionar, ou mostrar como está a situação, mas necessita de mais informações.

Obviamente que a tragédia desperta interesse em todos os cidadãos, não só os que sofreram diretamente as conseqüências das chuvas. Muitas pessoas oferecem vídeos e informações em Blogs a cerca do assunto, porém, podem ser desencontradas e não fornecerem informações mais completas e uma visão mais ampla dos desabamentos, como conseqüências políticas para a cidade, por exemplo. Essa visão não diz respeito a mero conhecimento de algumas coisas, mas uma série de teorias e conhecimentos que se espera que o jornalista tenha adquirido na formação acadêmica.

É aí que o verdadeiro potencial do jornalista vai aparecer: não devemos nem merecemos permanecer num pedestal, censurando o que merece espaço na mídia. Por outro lado, seria sofrível esperar que cada pessoa tivesse conhecimento e maturidade suficientes para filtrar o que deve ler.

Jornalismo Colaborativo: o jornalista como um gatewatcher

O jornalismo colaborativo, no qual o público participa na produção de conteúdos, caminha junto com o jornalismo tradicional, sem exclui-lo. No seminário do livro Cartografia da Informação (Pedro Henrique Penido e Jorge Rocha) , o jornalista é visto como um cartógrafo que "desenha" as informações e organiza as mais importantes, dentro do universo de participação do cidadão. Nesse contexto, o profissional não é mais um gatekeeper, e sim um gatewatcher.
Uma característica positiva do jornalismo colaborativo é que a postagem de matérias por usuários faz com que aumente o leque de fontes e fuja do que é normalmente com o que é noticiado pela mídia (agenda setting).
Desta discussão, surge a questão se essa nova maneira de fazer o jornalismo não ameaça a atuação do jornalista como um profissional. O que se percebe é que o conhecimento de técnicas de produção jornalística (apuração, estruturação de textos, entrevista) diferencia a qualidade do produto final. O vínculo com a categoria profissional e com o veículo de comunicação para o qual trabalha, exige a publicação de conteúdos checados que resultam na credibilidade da informação.

Claudia Mebs, Nayara D'Alama, Thayza Melzer

Sem medo de perder espaço

A metáfora presente no texto "Cartografia da Informação no Webjornbalismo" compara o jornalista a um cartógrafo, no sentido em que o esse responde pela organização, hierarquização e distribuição da informação. Assim, o profissional da informação passa a atuar mais como facilitador do que propriamente produtor do conteúdo - de gatekeeper, passa a gatewatcher -, propiciando maior participação do público na cobertura dos meios de comunicação.

Neste novo cenário digital, em que "todo mundo pode escrever", o jornalista precisa se reconfigurar sem temer a perda de espaço para o leitor. A função do profissional no jornalismo colaborativo passa a ser a de mediar o caos informacional e permitir que a audiência colabore no processo de produção jornalística. Além disso, o papel do cartógrafo da informação é manter o debate ativo, fornecendo subsídio e pondo em pauta assuntos para discussão.

Diego Vieira, Jéssica Camargo e Luiza Lessa

Jornalista e cartógrafo, as novas funções no webjornalismo colaborativo

Na chamada cartografia da informação no webjornalismo pode-se entender que as "posições" no processo de produção entre jornalista e leitor/consumidor mudam de composição e tornam-se mais semelhantes, mais próximas. O jornalista deixa de ser apenas um contador de histórias, de fatos, e sua função passa a ser de selecionador e administrador das informações recebidas dos usuários. Assim, o profissional se torna um cartógrafo da informação, aquele que hierarquiza, mapeia e organiza as notícias de acordo com os critérios jornalísticos.

O jornalista deve compreender, neste novo momento, que o leitor e que o público como um todo sabe muito mais do que ele próprio e que, portanto, ele não é o único detentor da verdade. O público pode, por exemplo, conhecer notícias exclusivas que o jornalista não tem acesso. Os usuários evoluem de consumidores passivos a repórteres cidadãos. Em sites de relacionamentos sociais há também espaço para o surgimento de pautas e para discussão e apuração das mesmas. As trocas entre emissor e receptor se assemelham e até mesmo se confundem, o que é o fundamento do Jornalismo Colaborativo. O Centro de Mídia Independente (CMI) é um exemplo de site que vai ao encontro das características do webjornalismo colaborativo, mas que deixa clara sua política editorial. Colaborações que não se enquadram nos princípios do CMI, são postadas apenas na seção "artigos escondidos".


Berenice dos Santos, Claudia Xavier, Daniela Bidone e Débora Puel

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A internet e as plataformas de gerenciamento de conteúdo jornalístico

Cada vez mais observa-se uma evolução na liguagem HTML. Antes a formatação do conteúdo era feita diretamente no código fonte do sistema, hoje há uma plataforma mais ‘amigável’ que facilita o gerenciamento e própria publicação dos conteúdos na internet.

Essa plataforma, chamada de CMS (content management system), está sendo amplamente usada por diversos portais na internet, inclusive sites de webjornalimso. Uma proposta bem sucedida é o Mediastorm. Com um layout muito simples, que logo interage com o internauta, o site concilia diversos conceitos de convergência multimidiática.

Nos documentários apresentados pelo site, observa-se que há uma integração de diversas mídias no mesmo espaço. Possibilidade que somente a internet permite devido as plataformas de gerenciamento de conteúdo.

Além da facilidade de uso, grande parte das plataformas CMS estão distribuídas gratuitamente na rede e são constantemente atualizadas pelos usuários. Exemplo muito conhecido é o Joomla. Através desse sistema qualquer internauta pode criar, e gerenciar um portal, jornalístico ou não, na internet. O único gasto pode ocorrer com a hospedagem no servidor e com o registro de domínio

Erich Casagrande, Thiago Verney, Débora Oliveira

Nada de tags, barras, dois pontos e colchetes

Se na época no surgimento da internet um jornalista quisesse publicar este post na internet, precisaria ter um conhecimento mínimo em html e php, o que, como você pode ver abaixo, não é nada fácil. Hoje, porém, sistemas publicadores de conteúdo como o joomla e wordpress permitem que quem está na redação não precise ter mais do que conhecimentos básicos do funcionamento do sistema.

No joomla (sistema publicador open source), por exemplo, para publicar um artigo basta ter um login de acesso ao sistema e noção das possibilidades das ferramentas, que se assemelham a softwares habituais, como editores de texto. Na página inicial, clicando em “adicionar novo artigo” o colaborador pode escrever seu texto, alterar a formatação, adicionar links, vídeos e galerias de fotos e publicar o material em seguida. Nada de tags, barras, dois pontos, colchetes e programação manual, o sistema publicador se encarrega de fazer o serviço por você!


Por Claudia Mebs e Rosielle Machado

Inovações de softwares facilitam gerenciamento de conteúdo online

Os sistemas gerenciadores de conteúdo causaram uma revolução na criação e atualização de sites na internet. Se antes era necessário ter noções de HTML ou contratar um programador, hoje basta fazer um download gratuito de esqueletos de site pré-programados. Joomla, Mambo e Drupal são exemplos de plataformas que permitem a criação e o gerenciamento de sites.

Estas novas ferramentas apresentam um template simples para criar e editar textos, fotos e vídeos. Além disso disponibilizam outros recursos como fórum de discussão, bate-papo, classificados, comércio eletrônico, blogs, entre outros. Usuários que ainda tem interesse em personalizar mais o visual do site, há softwares que facilitam modificações nos códigos de html, como o firebug. Esse sistema indica pontualmente o código que deverá ser modificado, de acordo com o espaço do site que se pretende modificar.

Berenice dos Santos, Daniela Bidone e Luiza Lessa.

O uso do Joomla na publicação de conteúdos online

A evolução de sistemas publicadores de conteúdos para a internet facilitou a prática profissional dos jornalistas, que já não são mais obrigados a lidar com códigos em HTML para postar material na web. O Joomla é um sistema de código aberto que traz várias ferramentas que permitem o usuário a postar, de maneira fácil e rápida, conteúdos como textos, imagens, vídeos, arquivos em flash, áudio, entre outras mídias. O programa apresenta um layout onde se encontra facilmente as funções desejadas.
Uma das vantagens do Joomla é que a atualização dos arquivos pode ser feita instantaneamente, pois basta abrir o conteúdo já publicado, fazer alguma alteração e aplicar a mudança.
Por se tratar de um software livre, os usuários desenvolveram no próprio site do programa uma seção de tutoriais para tirar dúvidas de uso de determinadas funções.
Nayara D'Alama, Thayza Melzer