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quarta-feira, 31 de março de 2010

Jornalistas e programadores, uni-vos!


Você que já sofreu com os códigos em HTML sabe o quanto era complicado. Uma infinidade de números e letras praticamente indecifráveis para definir cada um dos detalhes do site.

De uns tempos pra cá tudo ficou mais fácil. Sistemas publicadores de conteúdo, como o Joomla e o Drupal, agilizam e simplificam o processo de postagem de conteúdo. Um mínimo de conhecimento técnico é exigido - nada que não se resolva com tutoriais, fóruns e comunidades na internet. Portais podem ser feitos em uma tarde tediosa de sábado, sem chateações com códigos HTML.

Os avanços tecnológicos podem ajudar o jornalista a ser um programador web. E a recíproca também é verdadeira: sistemas assim auxiliam técnicos (e nerds em geral) a escoar seu texto pela Grande Rede.

Dos códigos de fonte aos Sistemas de Gerenciamento de Conteúdos

Da década de 90 para cá, criar e administrar o conteúdo de um site ficou mais fácil e acessível. Se antes era necessário uma “alfabetização” em códigos html, hoje a função pode ser desenvolvida por qualquer usuário da internet. A disponibilização de plataformas livres de publicação de conteúdo, como o Joomla, permitem a construção de páginas na web. Além disso, espaços em servidores gratuitos possibilitam que um maior número de usuários tornem-se ativos na elaboração de conteúdo para a rede. Esse cenário cria um novo fluxo de informações na internet, fazendo o ciberjornalista repensar a prática da profissão, o que não significa uma ameaça ao seu trabalho, mas uma característica intrínseca do meio.

Servidores gratuitos:

http://110mb.com

http://freejoomlas.com (este já vem com o joomla instalado)

Claudia Xavier

João Schmitz

Para ser blogueiro agora basta ter um e-mail

Publicar conteúdos no ciberespaço - sejam eles jornalísticos, humorísticos ou a receita do bolo de laranja da sua avó - pode ser tão simples quanto enviar um e-mail. Achou isso estranho? Conheça então o Posterous.

Primeira lição: não existe cadastro. Mande um email para post@posterous.com com seu texto. Coloque fotos, vídeos e links no corpo da mensagem. Envie. Agora, acesse o site www.(seulogindoemail).posterous.com e veja o resultado. Você acaba de montar um blog.

O Posterous pode ser visto como um sistema publicador simplificado, usando seu email como plataforma. Ele acaba com as preocupações com hospedagem e programação, trazendo a publicação de conteúdo para mais perto do usuário comum.

segunda-feira, 29 de março de 2010

CMI e Wikinotícias - política editorial versus liberdade?

Analisando a política editorial do site Centro de Mídia Independente (CMI) percebe-se que a publicação da informação é livre de mediação desde que não apele para qualquer tipo de preconceito, promoção pessoal ou partidária. Os leitores têm liberdade para publicarem suas opiniões em quaisquer outros assuntos de relevância político social. Como o CMI não edita os materiais recebidos, não se responsabiliza pelos seus conteúdos.

Todo o material recebido é disponibilizado na página do CMI, contudo, devido a essa liberdade de publicação, começaram a surgir materiais contrários a política editorial do site de cunho racista, discriminatório, entre outros. Na tentativa de não censurar essas opiniões foi criada a seção de artigos escondidos, que pode ser acessada por qualquer leitor, mas não está na área principal do site.

Já o Wikinoticias, versão em português do Wikinews, segue à risca a filosofia wiki. Não tem nenhuma espécie de política editorial, e para publicar uma notícia você nem mesmo precisa estar cadastrado. Basta digitar o título da notícia e entrar numa tela de edição. É ai que a simplicidade dele desaparece, e ele pode se mostrar um empecilho à idéia de "cada cidadão ser um repórter". Para editar a notícia é necessário estar acostumado com os padrões da Wikipédia, e a quantidade de marcações na página pode assustar o usuário leigo.

Além do mais, na versão em português, o terremoto no Chile do fim de Fevereiro ainda ocupa a manchete, junto a uma foto da abertura da conferência de Copenhage. Isto, de certo modo, pode gerar um ciclo vicioso, onde o site não será acessado em busca de notícias, e ao mesmo tempo os "repórteres" não serão incentivados a contribuir. Já na versão americana, o índice de atualização é maior (média de cinco artigos por dia, em fevereiro). Abaixo, o gráfico mostra como os principais idiomas estão representados no Wikinews.

Ingleses cansados de analisar

Desde a publicação do texto de Marcelo Träsel, “A apuração distribuída como técnica de webjornalismo participativo” houve pouca evolução no numero de documentos analisados pelo público do The Guardian, o que demonstra uma diminuição do interesse pela proposta. De acordo com o autor, de junho a julho de 2009 foram analisados 200.986 documentos por 23.141 leitores, restando para a analise 257.846 itens. Oito meses depois, houve um crescimento de apenas 18.700 páginas.

Um dos fatores que podem ter influenciado na queda de interesse do público inglês, além da aridez do tema, é a dificuldade de leitura dos documentos digitalizados.

Diego Vieira, Jéssica Camargo e Luiza Lessa



A quebra de fronteiras: o jornalismo colaborativo e a imersão do leitor nas redações

O webjornalismo nem sempre é realizado somente por profissionais da área. Com a liberdade que qualquer cidadão letrado tem de gerar e publicar conteúdo, cada vez mais observa-se a participação do público em sites jornalísticos. Essa participação se dá de duas formas básicas. A primeira através de comentários e opiniões sobre os textos já publicados, caracterizando-se muitas vezes como um feedback. A segunda, acontece quando o cidadão envia um conteúdo já elaborado e apurado para o veiculo online. Dessa forma, o conteúdo noticioso pode ser publicado com a mínima intervenção do profissional jornalístico.

O sites que tem seus conteúdos sustentados de forma participativa variam em sua quantidade e credibilidade de notícias. Isso ocorre porque são dependentes de uma produção que nem sempre é fiel ao veículo.

Em nossa observação, encontramos dois exemplos opostos em muitos sentidos. O Winotícias, site colaborativo da já conhecida plataforma Wikipedia tem a proposta de abranger um conteúdo tradicional, ou seja, notícias da atualidade, divididas em editorias, direcionadas para um universo maior de público. Porém, o Wikinotícias se encontra defasado, pois a freqüência de colaborações atinge uma notícia por dia, sendo que o destaque da página principal é sobre o terremoto do Chile, ocorrido há quase um mês.

Por outro lado, nos deparamos com o Slashdot, que já em sua proposta se diferencia do Wikinotícias: possui um público-alvo direcionado. Os usuários enviam seus textos que passam por uma mediação. Pode-se colaborar anonimamente. São matérias que fogem do noticiário geral, direcionadas ao universo denominado “Nerd”. As atualizações são constantes e numerosas, comprovando a eficácia do modelo.

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Uma experiência interessante e inovadora nesse contexto foi promovida pelo jornal britânico The Guardian. Foi lançada uma campanha de análise de documentos públicos a respeito dos gastos parlamentares. A novidade é que os usuários do portal fazem essa triagem, criando assim um banco de dados com as informações contidas em milhares de páginas de documentos. Foram disponibilizadas 458.832 páginas de documentos. Até hoje, 219.685 páginas foram revisadas por 26.150 leitores.


Exemplo do documento disponível

O sistema funciona de forma simples. O usuário tem acesso à página, e depois da análise só tem a responder um questionário simples, composto de duas questões: o tipo de documento e o nível de interesse que o conteúdo pode oferecer à reportagem. Isso auxilia os repórteres a direcionarem suas investigações. É uma grande jogada do The Guardian, que aproveita da voluntariedade dos leitores para obter informações e banco de dados sem demandar tempo dos profissionais.

Tomás, Erich e Thiago

O público faz a notícia

Nos sites Centro de Mídia Independente (CMI) e Wikinotícias temos dois exemplos diferentes de jornalismo participativo. Em ambos, qualquer pessoa está livre para contribuir com conteúdos informativos, mas os processos de publicação são diferentes.

No CMI, um coletivo de editores realiza a mediação do conteúdo antes de publicado. Após o colaborador enviar o texto, áudio ou vídeo, o material será analisado de acordo com a política editorial do site. O mediador pode publicar a matéria na página principal ou, em caso de desrespeito aos princípios pré-estabelecidos, na seção artigos escondidos.

Qualquer pessoa pode fazer parte do coletivo de editores e participar da gestão do site, desde que aceite os princípios e a política editorial. Os grupos são formados por pelo menos cinco voluntários, com pelo menos uma pessoa que possua um mínimo conhecimento de informática.

Ao contrário do CMI, o Wikinotícias não possui um mediador que analisa o conteúdo antes da publicação. Assim, todos podem ser colaboradores e editores do site. No entanto, existe a função de administrador, que protege e elimina páginas com informações falsas, bloqueia usuários e edita a interface do Wikinotícias.

Nesses dois exemplos, podemos perceber duas formas diferentes de hipertexto. No primeiro caso, temos o hipertexto colagem, no qual as reportagens passam por uma equipe de editores que decidem quais contribuições podem ser publicadas. Já o segundo é um caso de hipertexto cooperativo, já que todos os indivíduos são ao mesmo tempo colaboradores e editores.

Apuração participativa no The Guardian

Em junho do ano passado, quando Marcelo Trasel observou a movimentação das investigações das despesas de membros do parlamento proposta pelo jornal britânicoThe Guardian, 200.986 documentos já haviam sido verificados. Desde então, 18.698 foram analisados e, atualmente, 239.148 ainda aguardam análise.

O site permite que qualquer cidadão tenha acesso às informações, sem necessidade de cadastro. O colaborador pode escolher um documento ou parlamentar específico para investigar, ou optar pela seleção aleatória feita pelo site. A função do internauta é auxiliar a redação do jornal no processo de investigação, respondendo um questionário com opções que definem se o documento é jornalisticamente pertinente.


Claudia Mebs, Nayara D'Alama, Rosielle Machado e Thayza Melzer

Nem tão independentes

Ao analisar os sites Centro de Mídia Independente (CMI) e Slashdot.org foi possível verificar diferenças na maneira como o usuário pode contribuir para o webjornalismo participativo. Uma das diferenças está na existência ou não de mediação na publicação de matérias. No CMI, por exemplo, não há uma pré-avaliação do conteúdo submetido, mas apenas edição para corrigir problemas de formatação. Porém, apesar de aparentemente aceitar todas as matérias, o “coletivo editorial” do site tem a possibilidade de esconder as que fujam da política editorial do grupo.

Já o Slashdot.org oferece a possibilidade do usuário se cadastrar para a submissão do conteúdo, neste caso o material terá identificação de autoria. Outra opção é postar de forma anônima, onde o autor será identificado como “anonymous coward”. Todo material é enviado à equipe de edição, que aprova ou rejeita o material. O processo também tem a participação do usuário, que pode avaliar artigos produzidos por terceiros.

Ambos os sites permitem que o usuário comente matérias já postadas, interagindo com o autor e debatendo o assunto publicado, inclusive de forma anônima.

Diego Vieira, Jéssica Camargo e Luiza Lessa

Webjornalismo participativo aproxima jornalistas e público

Em análise dos sites Ohmynews e Slashdot, observamos que o princípio do webjornalismo participativo é seguido de maneiras diferentes. Enquanto no primeiro há mediação feita por jornalistas profissionais, no segundo são os próprios colaboradores que selecionam o que deve ser publicado. Diante disso, verificamos que a fronteira entre emissor e receptor neste novo tipo de jornalismo está mais tênue, já que a participação do usuário na produção de conteúdo é imprescindível.

Um diferencial do webjornalismo participativo é a chamada apuração distribuída, em que os leitores auxiliam os jornalistas na verificação de informações. O site do jornal The Guardian usa esta nova ferramenta na investigação de documentos do poder público. Os usuários respondem um questionário indicando o que é interessante, o que não é, o que já é conhecido e principalmente o que acreditam necessitar de maior apuração. Na página principal, são disponibilizados os documentos mais revisados nas últimas 48 horas. Além disso, os usuários têm acesso a quantidade de páginas de dados que já foram analisadas e as que ainda precisam ser.

O site do The Guardian é um exemplo de participação do público na produção de notícias e pautas. Esta interação é uma tendência dentro do webjornalismo, já que o trabalho do jornalista é produzir conteúdo para alguém e esse retorno se faz necessário.


Berenice dos Santos, Claudia Xavier e Daniela Bidone

quarta-feira, 24 de março de 2010

Colaboração. Com ou sem edição?

Entre as principais diferenças entre o jornalismo tradicional e o webjornalismo, está a a maior participação do leitor nas matérias jornalísticas publicadas nos sites noticiosos. Essa dinâmica, no sentido em que as informações transitam entre emissor e receptor, fez surgir um novo conceito no ciber mundo: o jornalismo colaborativo. As próprias pessoas apuram, criam, publicam matérias. Esses tipos de portais dependem não somente da participação do leitor na elaboração do conteúdo, mas, também, do seu interesse e contribuição em relação ao que é criado por outros membros. Nessas “comunidades” colaborativas podemos encontrar diferentes tipos de hipertextos. Em análise feita nos sites Overmundo e CMI, encontra-se no primeiro um hipertexto cooperativo, enquanto, no segundo, há a utilização de um hipertexto de colagem. No Overmundo, o conteúdo é criado, publicado e atualizado pelo próprio colaborador, recebendo um espaço de destaque de acordo com a opinião dos outros membros em relação a cada trabalho, sem a figura de um editor. Já no CMI, o conteúdo enviado pelos colaboradores passa por um trabalho de edição, tanto de conteúdo quanto de espaço, antes de entrar no site. Esse trabalho é feito por uma equipe que trata diretamente as idéias em relação ao que se deve ser alterado, diretamente com seu autor.

Dirk Ruhland
João Schmitz

Seu texto é nosso

Imagine escrever uma notícia e publicá-la em um site. Algum tempo depois, o texto está lá, mas não é mais seu. Foi modificado. Esse é o princípio do Wikinews, sistema baseado na plataforma Wiki, o qual todos podem produzir notícias, publicá-las e modificar os textos alheios, visando à melhoria do conteúdo do site. Uma das principais regras do site é não assinar os textos publicados, já que eles são parte de uma obra coletiva em constante modificação. Sempre que os materiais são alterados, as versões antigas são salvas, podendo ser reutilizadas em caso de erro ou fraude. Esse tipo de hipertexto colaborativo, onde o texto é modificável de acordo com os anseios do usuário, é descrito no artigo de Alex Primo e Marcelo Träsel.

Desde 2005, o Wikinews (no Brasil, Wikinotícias) publicou 6.053 notícias em Português; sua versão em inglês já publicou mais de 10 mil matérias. O site possui, além do manual de estilo das páginas, um pequeno guia de redação, além de recomendações políticas e éticas, tanto para com os membros do site como para as fontes. A medida que a comunidade reconhece o trabalho de um colaborador cadastrado no Wiki, ele pode tornar-se administrador, tendo alguns privilégios como bloquear e eliminar páginas e restringir a ação de alguns usuários.


A falta de jornalistas gatewatchers pode levar o leitor a questionar a veracidade das informações do site. Mesmo com essa dúvida, o projeto é a consolidação da filosofia Wiki na informação jornalística: feita, editada e lida pelo próprio internauta.

Bárbara Lino e Diego Cardoso

Nosso conteúdo para sua pesquisa

A proposta do The Guardian, apresentada no artigo A apuração distribuída como técnica de webjornalismo participativo (TRÄSEL, 2009), de investigação de documentos públicos feita pelos webleitores já foi concluída. Todos os dados foram analisados, e as informações proveninentes da "ajuda" dos usuários já estão em matérias publicadas pelo jornal ou por blogs.


Agora, na página do projeto, o usuário pode marcar os recibos dos parlamentares com tags, dizendo se esse documento deve receber mais atenção dos jornalistas ou não.



A análise de gastos do legislativo faz parte de um projeto maior - o Data Store. Com o lema "use nosso conteúdo para incrementar seu site", o Guardian pretende criar um grande banco de dados para consulta pública.

Um jornalista pode encontrar no site desde informações sobre as universidades do Reino Unido que pagam melhor seus seniors, até um mapa com as maiores incidências de gravidez na adolescência na Inglaterra.

Todos os dados estão disponíveis para download. É o início de um processo de transformação das empresas midiáticas. Num primeiro momento, jornais, revistas, rádios e TV's. Depois, provedoras de informação multimídia. E agora, banco de dados e informações sobre seu país e o mundo.

Bárbara Lino e Diego Cardoso

quarta-feira, 17 de março de 2010

O novo Estadão.com e a edição colaborativa


Três meses depois da pesquisa descrita no artigo Edição Jornalística x edição colaborativa, (MACIEL e D'ANDRÉA) que analisou o Folha Online, o novo site do Estadão vem contestar e apontar novos rumos para a participação do leitor. O critério para o ranqueamento das matérias não é o número de acessos, e sim a quantidade de comentários, seja em notícia ou em post de blog. Para comentar, o usuário deve cadastrar-se no site do Estadão, deixando seus dados e concordando com o código de conduta do site. O esforço do leitor, nesse caso, é maior. Mas os efeitos são sentidos na seção “Mais comentadas” - boa parte das matérias desta “editoria” são (ou foram) destaque na edição jornalística. E mais: algumas delas (principalmente as políticas) possuem mais de 200 comentários, o que gera uma discussão sobre o assunto noticiado. O texto não é um fim nele mesmo, pois gera e mostra o debate entre os internautas.



Ranquear páginas por acessos pode mostrar certo descompromisso dos leitores, que muitas vezes chegam àquela página por outros meios. O Estadão cobra dos internautas um login – quem quer comentar, deve seguir alguns passos no site, mostrando aí mais interesse e até engajamento, evitando de uma certa maneira a banalidade dos comentários anônimos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Plano da disciplina

Seguem os planos da disciplina, para a turma de segunda e para a de quarta:

Turma de segunda:



Turma de quarta:

segunda-feira, 15 de março de 2010

Edição jornalística e entretenimento no portal R7

O portal R7 dá maior destaque à editoria de entretenimento, o que caracteriza sua edição jornalística, que valoriza esse tipo de conteúdo, e consequentemente, influencia o ranking de matérias mais lidas. Num primeiro momento, enquanto a manchete principal destacava um aspecto da morte do cartunista Glauco, o texto mais lido tratava da final do programa Troca de Família que teve participação da bailarina Gretchen.

A presença de matéria referente a um programa da Record entre as mais acessadas é uma peculiaridade do site que pertence ao mesmo grupo da emissora. O assunto não aparece em sites da concorrência, como o G1, por exemplo. No entanto, mesmo sendo a mais acessada, a notícia não está presente na edição jornalística, o que corrobora a hipótese de D’ANDREA e MACIEL (2009), que, a partir da análise do site da Folha de São Paulo, concluíram que a edição jornalística nem sempre leva em conta as preferências do público perceptíveis a partir do ranking de mais lidas. Cabe ressaltar, que no período de uma hora em que analisamos o portal R7, foi posicionada matéria sobre o BBB10 entre seus destaques principais e houve apenas uma alteração de conteúdo na home, seção mais lidas, onde a matéria da Gretchen caiu para segunda posição para “Renata Fan se recusa a rebater Datena”

Diego Vieira, Jessica Camargo

A palavra é do leitor!

No cenário do ciberjornalismo se observa cada vez mais uma priorização de uma edição mista, ou seja, não se leva em consideração só a jornalística, mas também o site propõe uma ampla participação de seus leitores a partir de uma edição colaborativa. O site do jornal Estado de São Paulo prioriza os comentários dos internautas e a interação deles com o portal. Como se estabelece esta relação?


Há uma área específica onde as notícias são hierarquizadas de acordo com o número de comentários recebidos. Hoje, por exemplo, a mais comentada possui 717 postagens sobre o lançamento da candidatura presidencial do José Serra. Mas isto vai de encontro à idéia de que a seção de entretenimento recebe mais acessos e comentários do que as outras editorias. No caso do Estadão, das dez mais comentadas apenas duas não eram relacionadas a economia e política.


Rosielle Machado, Thayza Melzer e Thiago Verney

A edição jornalística e a preferência do público

Ao acompanharmos o site noticioso G1 por uma hora, constatamos que o portal dá maior destaque às notícias sobre política e economia. Entretanto, as informações mais lidas não são necessariamente as matérias que estão em posição mais privilegiada. Às dez e meia, enquanto a manchete do site era: "Suspeito de matar Glauco confessa crime, diz PF", a notícia mais lida no momento era: "Polícia aponta lanterna e casal segue fazendo sexo", publicada há dois dias. Diante disso, pode-se observar que a preferência do público nem sempre é pela atualização constante, mas sim por assuntos interessantes que chamam a atenção e que causam curiosidade.
Durante o período analisado, não houve atualização das manchetes e as notícias mais lidas permaneceram as mesmas.

Berenice dos Santos, Claudia Xavier e Daniela Bidone

Aspectos gerais de padrões de edição no ciberjornalismo - comparação entre o nacional e internacional

Ao observar diferentes veículos de webjornalismo, verificamos que a edição da Folha online prioriza a importância da notícia e não a editoria ou categoria (eles não partem do pressuposto, por exemplo, de que política é mais importante do que entretenimento - depende do fato).

As notícias estão hierarquizadas de forma vertical na página - a manchete está no topo e as seguintes abaixo. As matérias estão distribuidas em apenas uma coluna na página. O título da manchete é discreto: se não fosse por essa disposição vertical, o leitor dificilmente notaria a importância da notícia.

Dentre as matérias mais lidas, poucas são as de entretenimento. Os destaques são as manchetes e matérias de política. Ocorre da mesma forma com as mais comentadas.

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Observamos também alguns veículos de outros países como o El País da Espanha, o Clarín da Argentina, e La Repubblica da Itália. Todos seguem o mesmo padrão da verticalidade, porém não estão subdividos em áreas como a Folha Online.

O Clarín faz grande uso de outros recursos como vídeos e fotografias, enquanto o El País apresenta grande quantidade de títulos, 22. Já o La Repubblica é que mais se parece com a Folha Online trazendo o layout com diferentes segmentações.

Suélen Ramos Vieira; Tomás Petersen; Erich Casagrande

Edição e participação colaborativa do site R7


A partir da discussão sobre edição de conteúdos online e da análise do site R7, da Rede Record, notamos semelhanças entre as formas com que o site Folha Online, exposto no texto Edição jornalística x edição colaborativa: tensões na home da Folha Online, distribui seu conteúdo em sua página.

Em ambos os sites, as manchetes de destaque (posicionadas no canto superior direito) são em geral de economia e política, preocupando-se em atribuir maior relevância para esses assuntos. Apesar disso, na seção colaborativa do R7, percebe-se que as notícias mais lidas são de conteúdo esportivo ou de entretenimento. A manchete das 11h de hoje estava na 5ª posição das "Mais lidas", o que confirma a conclusão dos autores Carlos D'Andrea e Gabrielle Maciel de que os assuntos de preferência do público nem sempre são os mesmos que editores destacam na publicação.

Na página inicial do R7 há mais espaço para notícias de entretenimento, disponibilizados seguindo as características do meio online: vídeos, fotos e textos.

Claudia Mebs, Luiza Lessa, Nayara D'Alama

sexta-feira, 12 de março de 2010

E-readers flexíveis


Lembrando toda a discussão sobre o fim - ou não - do papel, mais especificamente, do jornalismo impresso, algumas empresas estão desenvolvendo soluções eletrônicas que tentam proporcionar ao usuário uma experiência mais próxima possível de uma leitura convencional.

O Skiff Reader, por exemplo, apresentado durante a Consumer Electronics Show (CES 2010), em Las Vegas, tem uma tela flexível de 11.5 polegadas.

A LG, por sua vez, está desenvolvendo um e-reader que tenta imitar o formato de um jornal, com 19 polegadas.

Esses equipamentos trabalham com um sistema de venda de conteúdo digital. Grandes jornais, como o Wall Street Journal e o New York Times, já possuem versões para e-readers (como o Kindle, da Amazon). Será prático substituir os jornais impressos por leitores eletrônicos?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ferramentas digitais para jornalistas, agora em Português

Saiu em português a publicação Ferramentas Digitais para Jornalistas, de Sandra Crucianelli, lançado pelo Knight Center for Journalism in the Americas. Imperdível, o livro traz desde mecanismos de busca, até instrumentos de visualização de dados, passando pela Web semântica e as redes sociais, tudo centrado na função do jornalista. 

quarta-feira, 10 de março de 2010

Três telas e um jornal

Entre as várias demonstrações das capacidades do último lançamento da Microsoft, o Windows Phone 7, um vídeo demonstra a integração entre três serviços da empresa: videogame, celular e computador. Na apresentação, um pequeno jogo do hollywoodiano Indiana Jones roda nos três suportes, como mostra o vídeo abaixo:



O atual CEO da Microsoft, Steve Ballmer, defende as “três telas”: conteúdo no celular, computador e televisão (através de um videogame). Pense agora num conteúdo jornalístico rodando nesses três suportes. Qual seria o futuro? Nem os especialistas podem prever.

O texto de Ramón Salaverria e GARCÍA-AVILLÉS indica caminhos para a convergência midiática no Jornalismo. Sem perspectivas concretas, mas com poucas certezas: não é qualquer profissional que poderá segurar a barra. Surge o jornalista polivalente, que edita vídeo, áudio, imagens, além das famigeradas funções do repórter.

Além do profissional, os suportes também precisarão ser aperfeiçoados, adequando-se à competitividade do mercado em plena era digital. Não basta apenas transpor conteúdos do jornal – esta deve ser uma opção, e não a única. Recursos multimídia podem e devem ser bem explorados. Afinal, se temos três telas e um jornal para trabalhar, por que não aproveita-los?

Diego Cardoso, Dirk Ruhland, Hermano Buss e João Schmitz

segunda-feira, 8 de março de 2010

Desafios da convergência

De acordo com a vertente do determinismo, a tecnologia é a propulsora da convergência no jornalismo. Mas existem outros fatores que influenciam a produção e recepção de informações no cenário digital, como economia e cultura de uma sociedade. A mudança na produção exige do jornalista novas habilidades. Além de captar informação, ele também a gerencia. A multifuncionalidade desse profissional se aplica na forma como ele vai trabalhar a informação (edição de vídeos e áudio, produção de textos, fotos e infográficos) e na maneira como ele vai distribuir esse conteúdo no espaço digital.

A integração das redações reproduz a nova tendência de um mesmo profissional trabalhar com diversas mídias, relacionando-as. Nesses novos ambientes de produção, o conteúdo é pensado de maneira que se adeque às plataformas que a empresa trabalha. Apesar da integração de redações ser bastante discutida no meio acadêmico, na prática ainda é pouco utilizada. Para aplicação efetiva da convergência jornalística dentro de uma redação, a empresa terá que investir na reestruturação do espaço físico, na relação entre os profissionais, na atualização dos jornalistas com o novo método de trabalho e com as novas tecnologias. Os jornalistas que estão há mais tempo nas redações podem ter problemas de adaptação, e por isso devem ser conscientizados de que o meio digital é mais uma ferramenta para um jornalismo de qualidade do que uma ameaça.


Berenice Rocha, Daniela Bidone e Suélen Ramos

O perfil do jornalista na convergência digital

O desenvolvimento da tecnologia é um fator que contribuiu para a convergência midiática no jornalismo, mas não é a única influência para que essa mudança ocorresse. A tecnologia oferece recursos para que haja integração entre os diferentes meios de comunicação, ainda assim os consumidores, como os próprios produtores da notícia, podem optar pelo uso ou não de determinadas ferramentas digitais.
Essa realidade traz conseqüência para o profissional que lida com a informação. Antes se trabalhava em apenas uma área da comunicação – vídeo, áudio, impresso. Com a integração das redações os jornalistas devem aprender a produzir conteúdo em todas as plataformas. Além dos conhecimentos técnicos, é exigido dos profissionais a capacidade de desenvolver a informação nos diferentes meios e saber em qual formato pode-se explorar melhor um determinado assunto. Isso implica em mais horas de trabalho e em maior produtividade. Deste modo, pode haver uma queda da qualidade do produto final ou resultar em um jornalista mais completo capaz de utilizar os diversos recursos tecnológicos para trabalhar a notícia da maneira mais interessante, e se possível, convergindo todos os meios de comunicação.
Claudia Mebs, Nayara D'Alama, Thayza Melzer

Convergência Midiática e a Qualidade do Produto

Segunto Ramón Salaverría, a convergência midiática pode ser vista através de três vertentes. A primeira coloca a tecnologia como a única desencadeadora da convergência de mídias e é por isso chamada determinismo tecnológico, já que a convergência jornalística seria uma conseqüência direta da digitalização. A segunda leva em conta outros motivos além do tecnológico, como fatores sociais, culturais e econômicos. A terceira define a convergência como um processo: existem vários graus, desde a setorização de uma empresa de comunicação até a integração total.

Uma das conseqüências da convergência é a polivalência do jornalista, que passa a assumir mais funções e ter obrigação de compreender a linguagem, tecnologia e possibilidades dos meios, ampliando sua visão do processo. Outra mudança é que os meios antes concorrentes passam a ser aliados. Como exemplo disso podemos ver o jornal impresso, que em seu site pode ter vídeos, podcasts e hiperlinks que complementam a informação.

Esse fenômeno pode ser interessante para o público, que tem possibilidade de aprofundar seu acesso à informação – entretanto, para os profissionais da área isso acaba sendo um problema. Há o risco de seus produtos se tornarem mais superficiais, pois enquanto aumenta o número de meios para o qual um mesmo jornalista trabalha, a qualidade de cada produto pode diminuir.

Claudia Xavier, Luiza Lessa, Rogério Moreira e Rosielle Machado


Os desafios da polivalência jornalística

O avanço tecnológico tem proporcionado nestas últimas duas décadas uma transformação no mecanismo de trabalho dos jornalistas e envolvidos com mídia. Esse fenômeno poder ser muito bem observado no ciberjornalismo, onde o advento de ferramentas de produção possibilita ampliações nas formas de linguagem e narrativas. Ou seja, o ofício do jornalismo online está dependente de tecnologia criada por terceiros (o jornalista não tem obrigação de dominar lógicas de programação de software, etc.), o que se entende por determinismo tecnológico.

Esse contexto influencia diretamente no perfil do profissional. É exigida uma polivalência a ele no sentido de produzir conteúdos para diversas mídias, o que, ao menos para o ciberjornalismo, ainda é muito influenciado pelos meios tradicionais. O desafio é: como unir estas diferentes formas de narrativas em um só meio que integre estas plataformas? Este pensamento conjuntural para o jornalista é de extrema importância para desenvolver nele novas capacidades antes não determinadas na prática.

Erich Casagrande, Thiago Verney e Tomás Mayer

quarta-feira, 3 de março de 2010

Estudo traça novo perfil do leitor de notícias nos EUA

Via blog do Knight Center for Journalism:um estudo do Pew Research Center mostra que a Internet é a terceira fonte de notícias para os consumidores, depois dos noticiários locais e nacionais de TV; por celular, já é de 33% o volume de consumidores que acessam notícias. Leia mais.

terça-feira, 2 de março de 2010

Textos online para a disciplina

Seguem abaixo os links para os textos que estão online, para leitura para as aulas, conforme o cronograma do plano de ensino.

Texto 1: La convergencia tecnológica en los medios de comunicación:
retos para el periodismo. Ramón SALAVERRÍA; GARCÍA-AVILLÉS.
http://www.raco.cat/index.php/Tripodos/article/view/118910/154114

Texto 4: Webjornalismo participativo e a produção aberta de notícias.
Primo/Träsel.
http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/webjornal.pdf

Texto 6: Modus operandi digital: reflexões sobre o impacto das mídias
sociais nas empresas informativas. Elisabeth Saad
http://www.compos.org.br/data/biblioteca_1102.pdf

Texto 7: Webnotícia: propuesta de modelo periodístico para la WWW. Capítulo 3: Lenguajes periodísticos. CANAVILHAS, João. http://www.livroslabcom.ubi.pt/sinopse/canavilhas-webnoticia.html