Pesquisar este blog

segunda-feira, 29 de março de 2010

O público faz a notícia

Nos sites Centro de Mídia Independente (CMI) e Wikinotícias temos dois exemplos diferentes de jornalismo participativo. Em ambos, qualquer pessoa está livre para contribuir com conteúdos informativos, mas os processos de publicação são diferentes.

No CMI, um coletivo de editores realiza a mediação do conteúdo antes de publicado. Após o colaborador enviar o texto, áudio ou vídeo, o material será analisado de acordo com a política editorial do site. O mediador pode publicar a matéria na página principal ou, em caso de desrespeito aos princípios pré-estabelecidos, na seção artigos escondidos.

Qualquer pessoa pode fazer parte do coletivo de editores e participar da gestão do site, desde que aceite os princípios e a política editorial. Os grupos são formados por pelo menos cinco voluntários, com pelo menos uma pessoa que possua um mínimo conhecimento de informática.

Ao contrário do CMI, o Wikinotícias não possui um mediador que analisa o conteúdo antes da publicação. Assim, todos podem ser colaboradores e editores do site. No entanto, existe a função de administrador, que protege e elimina páginas com informações falsas, bloqueia usuários e edita a interface do Wikinotícias.

Nesses dois exemplos, podemos perceber duas formas diferentes de hipertexto. No primeiro caso, temos o hipertexto colagem, no qual as reportagens passam por uma equipe de editores que decidem quais contribuições podem ser publicadas. Já o segundo é um caso de hipertexto cooperativo, já que todos os indivíduos são ao mesmo tempo colaboradores e editores.

Apuração participativa no The Guardian

Em junho do ano passado, quando Marcelo Trasel observou a movimentação das investigações das despesas de membros do parlamento proposta pelo jornal britânicoThe Guardian, 200.986 documentos já haviam sido verificados. Desde então, 18.698 foram analisados e, atualmente, 239.148 ainda aguardam análise.

O site permite que qualquer cidadão tenha acesso às informações, sem necessidade de cadastro. O colaborador pode escolher um documento ou parlamentar específico para investigar, ou optar pela seleção aleatória feita pelo site. A função do internauta é auxiliar a redação do jornal no processo de investigação, respondendo um questionário com opções que definem se o documento é jornalisticamente pertinente.


Claudia Mebs, Nayara D'Alama, Rosielle Machado e Thayza Melzer

Nenhum comentário:

Postar um comentário