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segunda-feira, 29 de março de 2010

A quebra de fronteiras: o jornalismo colaborativo e a imersão do leitor nas redações

O webjornalismo nem sempre é realizado somente por profissionais da área. Com a liberdade que qualquer cidadão letrado tem de gerar e publicar conteúdo, cada vez mais observa-se a participação do público em sites jornalísticos. Essa participação se dá de duas formas básicas. A primeira através de comentários e opiniões sobre os textos já publicados, caracterizando-se muitas vezes como um feedback. A segunda, acontece quando o cidadão envia um conteúdo já elaborado e apurado para o veiculo online. Dessa forma, o conteúdo noticioso pode ser publicado com a mínima intervenção do profissional jornalístico.

O sites que tem seus conteúdos sustentados de forma participativa variam em sua quantidade e credibilidade de notícias. Isso ocorre porque são dependentes de uma produção que nem sempre é fiel ao veículo.

Em nossa observação, encontramos dois exemplos opostos em muitos sentidos. O Winotícias, site colaborativo da já conhecida plataforma Wikipedia tem a proposta de abranger um conteúdo tradicional, ou seja, notícias da atualidade, divididas em editorias, direcionadas para um universo maior de público. Porém, o Wikinotícias se encontra defasado, pois a freqüência de colaborações atinge uma notícia por dia, sendo que o destaque da página principal é sobre o terremoto do Chile, ocorrido há quase um mês.

Por outro lado, nos deparamos com o Slashdot, que já em sua proposta se diferencia do Wikinotícias: possui um público-alvo direcionado. Os usuários enviam seus textos que passam por uma mediação. Pode-se colaborar anonimamente. São matérias que fogem do noticiário geral, direcionadas ao universo denominado “Nerd”. As atualizações são constantes e numerosas, comprovando a eficácia do modelo.

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Uma experiência interessante e inovadora nesse contexto foi promovida pelo jornal britânico The Guardian. Foi lançada uma campanha de análise de documentos públicos a respeito dos gastos parlamentares. A novidade é que os usuários do portal fazem essa triagem, criando assim um banco de dados com as informações contidas em milhares de páginas de documentos. Foram disponibilizadas 458.832 páginas de documentos. Até hoje, 219.685 páginas foram revisadas por 26.150 leitores.


Exemplo do documento disponível

O sistema funciona de forma simples. O usuário tem acesso à página, e depois da análise só tem a responder um questionário simples, composto de duas questões: o tipo de documento e o nível de interesse que o conteúdo pode oferecer à reportagem. Isso auxilia os repórteres a direcionarem suas investigações. É uma grande jogada do The Guardian, que aproveita da voluntariedade dos leitores para obter informações e banco de dados sem demandar tempo dos profissionais.

Tomás, Erich e Thiago

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